Competidores melhoraram o desempenho e agradaram os técnicos no segundo dia de competições do PBR Teams Combine — A Professional Bull Riders

Competidores melhoraram o desempenho e agradaram os técnicos no segundo dia de competições do PBR Teams Combine

By: Abner Henrique Therézio  quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025 @ 16:28

Alberto Gonzaga

Marcando o início de uma nova era na Montaria em Touros, o PBR Teams Combine Brazil foi realizado pela primeira vez em nosso país, com o intuito de selecionar uma nova geração de atletas brasileiros para brilhar nos Estados Unidos. A competição foi realizada nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro na Fazenda Santa Martha, sede da Cia. Paulo Emílio em Icém no interior de São Paulo.

Os dois primeiros dias de competições reuniram 44 atletas que são elegíveis para o Draft 2025 da PBR Team Series, ou seja, que não haviam se inscrito para a Liga nas temporadas anteriores, mas que pretendem ingressar neste ano. Analisando o desempenho de cada um estavam técnicos, assistentes técnicos e representantes das 10 equipes da PBR Teams.

Após o primeiro dia o técnico principal do Florida FreedomPaulo Crimber, parecia decepcionado. “Muitos caras estavam fazendo corridas de seis segundos, e então eles estavam olhando para fora e pulando antes dos 8 segundos”, disse Crimber. “Essa é uma cultura que vai ter que ser consertada, mas eu vejo muitos caras talentosos.”

Porém, o brasileiro que se qualificou 10 vezes para a Final Mundial da PBR não era o único treinador preocupado com os números. Ao longo dos dois primeiros dias, foram 92 montarias, sendo que apenas 28 delas atingiram os oito segundos, resultando em um aproveitamento de 30,43%.

Das 64 montarias que não foram qualificadas, três competidores marcaram tempos de 6,5 a 7,0 segundos, sete competidores atingiram 7,0 a 7,5 segundos e outros três competidores atingiram tempos 7,5 a 8,0 segundos. Isso significa que 20% (13 de 64) dos que não chegaram ao tempo regulamentar caíram do touro após 6,5 segundos, enquanto 16% (10 de 64) foram derrubados após 7,0 segundos.

Para o vice-presidente da PBR Team Series, Ken Lehner, os atletas podem ter considerado o PBR Combine como um treino regular, que realizam entre uma competição e outra. No Brasil, nestes treinos é comum que os atletas procurem pular do touro após os cinco ou seis segundos, se estiverem no domínio da montaria.

Um costume nos treinamentos de nosso país, que acontece por diversos fatores, como poupar o touro e o próprio competidor. Mas, nos Estados Unidos isto não é tão comum e o técnico do Missouri Thunder, Ross Coleman, fez questão de abordar o assunto antes do início do segundo dia de competições.

 

“Quero dizer a vocês que estamos aqui por vocês”, disse Coleman com Crimber traduzindo. “Não estamos aqui para ver os touros pulando. Estamos aqui para ver os atletas que montam nos touros. E no mundo real da montaria em touros, especialmente quando você vai para a América do Norte, não montamos em touros por cinco, seis ou sete segundos. Nós os montamos por 10 a 12 segundos. Então, quando você estiver montando seu touro e ouvir o apito, não tenha medo de esporeá-lo por mais três, quatro segundos e descer quando quiser descer.”

 

“Na verdade, a escolha é de cada um, se vocês querem ser cowboys de verdade, querem mudar de vida e ir para os Estados Unidos um dia, eu sugiro que tenham a certeza de que estão aqui se esforçando para fazer isto. Não pelos touros, não por outros planos ou caras dando desculpas. É uma grande oportunidade aqui com a PBR. A PBR tem a capacidade de mudar sua vida, e essa é uma escolha sua.”

 

Antes do início das montarias, o assistente técnico do Carolina Cowboys, Robson Palermo, disse mais algumas palavras em português e até subiu em um touro dentro dos bretes para demonstrar seu ponto de vista. Auxiliar de Jerome Davis na equipe, Palermo é ainda o único tricampeão da PBR World Finals e um dos quatro brasileiros a integrarem o Hall da Fama da PBR até o momento, juntamente com Adriano Moraes, Guilherme Marchi e Paulo Crimber.

Embora fosse uma simples diferença cultural, os atletas brasileiros entenderam a mensagem, e a energia foi visivelmente diferente no segundo dia. Mais tarde, Coleman ressaltou a decepção do primeiro dia, onde os representantes das equipes viram competidores sendo superados por touros que visivelmente eles tinham a capacidade de dominar.

 

“Nós tivemos uma ou duas conversas sobre isso e pensamos em tentar falar com competidores sobre este assunto antes de vê-los montar no dia de hoje. Nosso intuito foi tentar fazê-los entender que eles têm uma escolha a fazer e se eles querem ser reais, se eles querem mudar suas vidas, eles precisam querer montar cada vez melhor. E eu acho que eles melhoraram neste segundo dia.

 

O vice-campeão mundial de 2002 e que se classificou 12 vezes para a Final Mundial da PBR admira a garra e persistência dos brasileiros, que em sua grande maioria não tiveram uma vida fácil na infância e juventude, e que o PBR Teams Combine pode ser o primeiro passo para que eles possam mudar suas vidas para sempre.

Embora todos os atletas convidados para o evento sejam profissionais, já com carreira em andamento nos mais diversos campeonatos do Brasil e alguns até com prêmios importantes, estar no PBR Combine e mostrar o talento para as equipes pode significar um grande atalho no sonho de competir nos Estados Unidos, já que os que forem contratados no Draft 2025 que acontece em maio, devem embarcar já no segundo semestre.

 

“Você consegue imaginar se isso que estamos fazendo aqui muda a vida deles?”, disse o técni da equipe do Missouri. “Podemos olhar para Silvano Alves, Adriano Moraes e todos esses superstars brasileiros que tiveram suas vidas completamente transformadas por causa do que fizeram dentro da arena. E é isso que é tão legal sobre a PBR, você é pago se vencer e esses caras foram muito bem pagos porque venceram muito. É isso que mudou a vida deles.”

 

Mesmo com os obstáculos no caminho, Coleman espera ver alguns dos atletas que estiveram presentes na Fazenda Santa Martha durante o PBR Teams Combine selecionados no Draft 2025 em maio. Em ordem definida por sorteio, durante o Draft cada uma das 10 equipes poderá contratar um determinado número de atletas, conforme a quantidade de atletas já presentes em seu elenco.

 

“Estamos observando aqui alguns garotos que tem potencial para o futuro, mas tem alguns atletas um pouco mais velhos que já estão se preparando para a carreira internacional. Se eles chegarem aos Estados Unidos, serão testados. Pode não acontecer da noite para o dia, mas há um punhado deles que parecem ter potencial,” completou.

 

ATLETA DE DESTAQUE

O competidor mais novo do grupo que esteve no PBR Teams Combine é Gabriel Henrique da Silva, que atraiu o interesse de vários times. Com apenas 17 anos, ele completará a maioridade pouco antes do Draft, então esta foi sua primeira competição na PBR. “Isso traz a pressão porque eu nunca experimentei nada parecido com isso”, disse Silva. “Tudo é tão organizado e é tudo tão novo para mim. Então é experiência.”

 

Silva monta touros há dois anos, mas começou a montar bezerros quando tinha por volta de seis anos de idade. Seu pai, que o estava acompanhando no PBR Teams Combine era um competidor profissional, e foi quem o incentivou e o iniciou no esporte.

 

“Meu pai sempre foi minha grande inspiração. Meus irmãos, meus tios, também montavam, então eu cresci com eles me ensinando e me levando para montarias em touros, mas minha grande inspiração é meu pai.” Ele declarou que crescer em uma família de competidores foi o que o ajudou a ser tão talentoso em uma idade tão jovem. “Toda a ajuda que tenho, meu pai, meus tios, meus irmãos, certamente se eu não tivesse, eu não estaria onde estou”, completou.

 

Montar na frente de tantas lendas da montaria em touros brasileiras que viraram treinadores é uma tarefa assustadora em seu primeiro evento da PBR, apesar de ter passado a vida cercado de peões. Além de Coleman, Moraes, Alves, Crimber e Palermo, também estavam presentes os campeões mundiais Guilherme Marchi e Kody Lostroh, além de J.W. Hart, eleito melhor treinador da PBR Team Series em 2024, entre outros.

Apesar dos nervos, Gabriel Henrique está pronto para uma grande mudança para os Estados Unidos e está focado em seus objetivos. Se for convocado em maio, ele pode estar embarcar para a América do Norte ainda este ano, se tornando um dos mais jovens brasileiros na elite da PBR. “Não tenho medo porque esse é meu sonho, e não só meu, mas da minha família. Então é o que eu quero.”

 

Resultados Quarta-feira

3° Round

  1. Rafael Silvio de Oliveira – 84,50
    2. Jhon Carlos Moreira – 84,25
    3. Douglas da Silva – 84,00
    4. Gean Carlos da Silva – 83,75
    5. Pablo Soares – 83,50
    6. Rafael Pereira – 82,75
    7. Zilmar Rocha – 82,50
    8. João Vitor dos Santos – 78,25
    9. Valdenilson Pereira – 77,50
    10. Fabrício Gomes – 73,25
    11. João Victor dos Santos – 72,00 
    12. Uemerson dos Santos – 70,25
    13. Rafael Lana de Lana – 69,50
    14. Tales Xavier – 68,00
    15. Mário de Negri – 66,00

 

4° Round

  1. Jhon Carlos Moreira – 86,25
    2. Elzisclay dos Santos – 85,00 
    3. Geovani do Nascimento – 84,50
    4. Douglas Da Silva – 84,00
    5. Uemerson dos Santos – 83,75
    6. Eudimar Novais – 82,75
    7. Rafael Lana de Lana – 82,50
    8. Romário Domingos – 82,50
    9. Pablo Soares – 80,50
    10. Alex Oliveira – 80,50
    11. Willian Teixeira – 80,50
    12. Jhoanderson Botto – 79,50
    13. Valdenilson Pereira – 79,00